Principais causas de extinção dos animais

A ameaça da extinção pende, actualmente, sob milhares de espécies animais e vegetais dos nossos dias. Trata-se de um problema que deriva principalmente da destruição dos habitats em que eles vivem e onde interagem com outras espécies.

Existem diversas razões para que determinada espécie passe a integrar a já demasiado longa lista de espécies em extinção. A destruição dos habitats naturais é a mais importantes.

O planeta encontra-se em constante mudança, obrigando à alteração de habitats, mas estas mudanças naturais tendem a acontecer de forma gradual, causando normalmente apenas pequenos impactos em determinadas espécies. As mudanças velozes não permitem a adaptação das espécies a novas circunstâncias, o que resulta em consequências desastrosas.

As razões primárias para as alterações velozes em habitats naturais prendem-se com a actividade humana. Quase todos os pontos do planeta sofreram já a nossa intervenção, especialmente ao longo do século XX. A perda de micróbios nos solos fundamentais para a sobrevivência das florestas tropicais, a extinção de peixes e outras espécies aquáticas em habitats poluídos e as alterações climáticas não passam de resultados mais ou menos imediatos da actividade humana.

Tem sido difícil provar cientificamente, e sem sombra de dúvida, que o homem é, de facto, o principal causador das dificuldades em que se encontra o mundo natural - pelo menos ao nível das alterações climáticas -, mas a comunidade científica parece ter chegado a um consenso maioritário de que esse é o caso. Pelo menos, em alguns casos específicos, os resultados negativos da actividade humana são óbvios. Contudo, alguns cientistas continuam a insistir que as mudanças em habitats podem advir principalmente de causas naturais; este argumento foi apresentado pelos Estados Unidos como justificação da retirada do Protocolo de Quioto, um tratado internacional, actualmente em vigor, que pretende obrigar os países mais ricos a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, causadoras das alterações climáticas.

No caso das florestas tropicais, além da perda dos nutrientes que as sustentam, os homens têm privilegiado uma actividade madeireira desregrada, que tem resultado, em última análise, na depleção dos recursos das florestas e, consequentemente, na destruição do habitat natural de milhões de animas e plantas. O processo de crescimento de uma floresta pode levar séculos e, ao passo a que os humanos a têm destruído, é possível que enormes quantidades de espécies venham a desaparecer da face do planeta definitivamente, simplesmente porque a floresta não se consegue regenerar ao mesmo ritmo que os homens a matam.

A introdução de espécies exóticas em habitats naturais contribui também para as céleres alterações a que nem animais nem plantas se conseguem adaptar. As espécies exóticas chegam a determinado local pela mão de humanos, o que pode acontecer tanto intencional como acidentalmente. Embora o seu papel possa, muitas vezes, ser de pouca importância para as alterações significativas nos habitats, existem situações em que a sua introdução é a causa para perigosos desequilíbrios em frágeis ecossistemas.

A pior destas circunstâncias ocorre quando determinada espécie exótica assume o papel de predador. Esta situação pode resultar nas tais mudanças no habitat natural e causar uma maior competitividade entre espécies para a obtenção de alimento; os efeitos mais destrutivos deste tipo de ocorrência registaram-se, até agora, em ilhas. A introdução de insectos, ratos, porcos e gatos já levaram inclusivamente à extinção de centenas de espécies, nos últimos cinco séculos.

A influência da actividade humana nos habitats naturais não acaba por aqui. A sobre-exploração de determinadas espécies tem-se tornado numa das principais ameaças à sobrevivência de inúmeros animais e plantas. A caça à baleia do século XX é um bom exemplo desta situação, já que os grandes cetáceos foram levados à beira da extinção devido a uma indústria que, infelizmente, continua viva actualmente.

No entanto, depois de várias espécies de cetáceos se encontrarem em níveis populacionais insustentáveis para a sua sobrevivência a par da caça, um conjunto de países assinou um acordo internacional que instituiu a proibição da captura de baleias. Algumas espécies conseguiram assim recuperar os seus números.

É este acordo que permite, contudo, a captura de baleias para fins científicos. O documento atribui quotas de caça a determinados países, como o Japão, a Noruega ou a Islândia, que assim justificam a sobrevivência de uma indústria absolutamente desnecessária, baseada na ganância humana e terrivelmente cruel.

Mas o exemplo mais ou menos positivo das baleias não anula o que se passa com outras espécies. A caça ao tigre, por exemplo, tem sido a principal causa da dramática diminuição das populações daquele animal, tal como acontece com os rinocerontes ou com os lobos. O comércio de partes de animais é um dos negócios clandestinos mais lucrativos do mundo, incentivado por superstições tradicionais ou noções de estatuto social implementadas em determinados países. É principalmente na Ásia que se efectua a constante matança de animais selvagens em proveito humano, já que a procura de partes de animais, como os testículos de tigres ou os cornos de rinocerontes favorece a parca oferta dos produtos em causa e resulta em grandes lucros para caçadores furtivos e traficantes.

Países como a Índia, que alberga ainda milhares de tigres selvagens, têm desenvolvido programas de conservação dos grandes felinos e produziram já legislação rigorosa contra a caça furtiva. Os números oficiais apontam para a sobrevivência de mais de três mil exemplares nas florestas indianas e, apesar dos números das organizações ambientalistas serem ainda mais pessimistas, as últimas notícias têm dado conta de um franco esforço de conservação e de medidas efectivas finalmente tomadas.

As espécies animais e vegetais sofrem, ainda, de doenças e poluição. No primeiro caso, podemos recordar o que aconteceu com as populações humanas indígenas da América, aquando das conquistas europeias daquele continente. A falta de defesas genéticas contra doenças consideradas menores na Europa dizimou as populações. E o mesmo acontece com os animais. Se num habitat natural é introduzida determinada doença pela mão humana, é bem possível que os seres que ali habitam não estejam preparados para combatê-la e morram indiscriminadamente.

A raiva, por exemplo, que foi erradicada da Europa é, neste momento, um dos grandes problemas que afecta os animais carnívoros do leste africano; os animais domésticos transmitem as doenças aos animais selvagens e os primeiros chegaram a África pela mão, mais uma vez, dos humanos.

A poluição é indiscutivelmente consequência da actividade humana. Espécies animais e vegetais vão perecendo à medida que os seus habitats naturais sucumbem à sujidade e toxicidade produzidas pelos humanos. Mas é bem possível que também a espécie humana venha a sofrer com esta aparente necessidade de poluir; os recursos hídricos estão cada vez mais poluídos, os níveis de ozono no ar das grandes urbes humanas vão escalando, a atmosfera vai perdendo defesas contra os raios ultravioleta do sol, as árvores, que produzem o nosso oxigénio, vão morrendo nas nossas mãos… No fim, não serão apenas os animais não humanos, que o nosso especismo tanto desconsidera, a extinguir-se; sem acções definitivas de conservação da natureza e de redução das emissões de gases, adivinham-se sérios problemas para a sobrevivência dos próprios humanos.

Voltar ao Topo

Slide show